Cidade Vizinha
O poema revela a intensidade de um sentimento que nasce mesmo sem presença física, atravessando quilômetros, telas e silêncios. É sobre desejar alguém que talvez nunca tenha tocado, mas que já mora dentro. Carregado de saudade, fantasia e entrega, "Cidade Vizinha" mistura doçura, sensualidade e tristeza – como só os amores impossíveis sabem ser.
Cidade Vizinha
Lorrane Dias
Tens feição de um ser divino,
cabelos de anjo, olhar cristalino.
Mesmo distante, o que eu mais queria
era sentir tua companhia.
Quilômetros não apagam vontade,
sigo firme, levo a saudade.
Estou chegando, meu bem, com urgência,
mas até lá, contemplo a paisagem em silêncio.
Aviso de antemão: trago bagagem,
de sonhos, desejos e coragem.
Ainda que nunca tenhamos nos visto,
o coração grita — e eu insisto!
Você é doce, engraçadinha,
quem me dera um dia, ser sua vizinha.
Grata sou pela luz que me guia,
te guardo no peito, noite e dia.
Te imagino em noites tão vazias,
lençóis sem toque, só fantasias.
Se um dia esse amor não se realizar,
vou te sonhar... até cansar.
Mas se eu te tiver — nem que por um instante —
que seja ardente, real, marcante.
E se for pra nunca ser verdade,
que reste em mim... tua metade.
Lorrane Dias Barbosa
Autor
Lorrane Dias é uma amante da palavra escrita, que transforma sentimentos em poesia com intensidade, delicadeza e verdade. Naturalmente sensível e observadora, encontra na escrita um refúgio para as emoções que transbordam e não cabem no silêncio. Suas poesias exploram os labirintos do desejo, da saudade e das relações humanas, sempre com um toque de profundidade e confissão. Acredita que cada verso é uma forma de tocar o outro — mesmo quando fala de dores secretas, amores impossíveis ou paixões que desafiam a razão. Sua escrita é um espelho das emoções que não pedem licença para existir.