MENINO DOS MEUS OLHOS

Este livro é um tributo ao amor que encontrei — ou que me encontrou. É a nossa história, narrada com o coração nas mãos. É para quem acredita no tempo certo, no amor que transforma. E, acima de tudo, é para ele. Para o homem que foi menino nos meus olhos, e se fez eterno no meu coração.

19/05/2025 08:39
8 min.
26

Capítulo 1 – Antes de Nós

Antes de tudo, havia silêncio. Um silêncio que por vezes pesava, outras vezes apenas me acompanhava. Eu vivia minha vida, com suas rotinas, seus altos e baixos, seus sorrisos e suas solidões. O amor... bem, o amor era uma ideia bonita, mas um tanto distante. Eu já havia sonhado com ele, me decepcionado, refeito os planos e, em alguns momentos, até desacreditado um pouco.

Mas mesmo assim, no fundo, algo em mim insistia. Talvez fosse esperança, talvez fosse fé. Eu olhava o mundo e me perguntava onde estaria aquele alguém feito na medida da minha alma. Alguém que me entendesse nos silêncios, que me fizesse rir nos dias cinzentos, que segurasse minha mão sem que eu precisasse pedir.

Eu não sabia, mas ele já existia. Em outro estado, com uma vida que também caminhava entre esperas e desejos. E o universo — com sua maneira misteriosa de unir caminhos — já preparava o nosso encontro.


Capítulo 2

– Quando Nossos Caminhos se Cruzaram

Foi através de um amigo em comum que ele surgiu. Assim, simples. Uma indicação, uma conversa despretensiosa, um nome novo na tela do celular. Morávamos longe um do outro, em estados diferentes, e mesmo assim algo ali, desde o início, parecia prometer mais do que uma simples amizade.

As mensagens começaram a fluir. No começo, eram frases tímidas, perguntas básicas. Mas logo, se transformaram em risadas, confidências e saudades antecipadas. Por sete meses, nosso namoro foi virtual. Éramos dois corações conectados por telas, fones de ouvido e uma vontade imensa de nos encontrarmos.

E mesmo distantes, era tudo tão real. As conversas que viraram a madrugada, os “bom dia” cheios de carinho, as promessas sussurradas entre uma chamada de vídeo e outra. Às vezes, eu me perguntava como era possível sentir tanto por alguém que eu ainda não havia tocado. Mas era. E cada dia só confirmava isso.

Foi então que, em dezembro de 2021, eu tomei a decisão que mudaria tudo: deixei tudo para trás e vim embora para Santa Catarina. Não foi uma escolha fácil. Deixar minha cidade, minha rotina, minhas certezas. Mas algo dentro de mim dizia que eu precisava seguir aquele sentimento. Porque amor de verdade é assim: faz a gente ter coragem.


Capítulo 3

– O Nosso Tempo de Namoro

Quando desci naquele aeroporto, com o coração acelerado e mãos suadas, eu sabia: minha vida estava prestes a mudar. Não era mais só uma mensagem na tela ou um sorriso em chamada de vídeo. Agora ele estava ali, de verdade, com os braços abertos, pronto para me receber no mundo dele — e me fazer parte dele.

Nosso primeiro encontro presencial foi mágico na simplicidade. Era como se nos conhecêssemos há muito tempo. O abraço que trocamos naquele dia parecia guardar todos os dias em que nos desejamos de longe, todas as vezes que imaginamos como seria finalmente estarmos frente a frente. Não houve estranheza, apenas a doce confirmação de que o que sentíamos era real.

Viver o namoro fora das telas foi uma descoberta diária. Os pequenos detalhes, como o jeito que ele arrumava o cabelo, o som da risada ao vivo, o toque da mão dele na minha. Dividimos cafés da manhã, filmes no sofá, caminhadas pela cidade. Aprendemos sobre o outro com intensidade e leveza. Tudo era novo, mas ao mesmo tempo familiar, como se nossos caminhos sempre tivessem se preparado para esse encontro.

Nem tudo foi fácil. Teve a adaptação a uma nova cidade, novas rotinas, novas dinâmicas. Tivemos que nos conhecer nas alegrias e também nas irritações do dia a dia. Aprender a respeitar os espaços, os silêncios, os medos. Mas nunca faltou diálogo. Nunca faltou vontade de fazer dar certo.

Foram cerca de oito meses de namoro. Meses intensos, cheios de crescimento, cumplicidade e afeto. A cada dia, nosso amor se fortalecia. A cada desafio, a gente se escolhia de novo. E foi nesse ritmo, de construção sincera, que a ideia de casar deixou de ser um “um dia” e virou um “já é hora”.

Ali, entre os cafés divididos e os planos cochichados ao pé do ouvido, começamos a sonhar com o “sim”. E ele viria logo — mais rápido do que muitos imaginariam, mas no tempo exato que nossos corações precisavam.


Capítulo 4 

– Sim, para Sempre

O amor mora nos gestos, e naquele dia, ele me mostrou o quanto o amor dele era delicado, pensado, verdadeiro. Eu não sabia, mas tudo já estava sendo planejado em segredo, com cumplicidade, com cuidado, com amor nos mínimos detalhes.

Ele me convidou para sair. Disse que queria jantar fora, matar a saudade de um tempo só nosso, longe das distrações do cotidiano. Fomos a uma pizzaria simples, mas que naquela noite se transformou no cenário do momento mais inesquecível da minha vida.

Estávamos sentados, conversando como sempre fazíamos, quando ele segurou minha mão e, com olhos firmes e cheios de ternura, me perguntou se eu queria ser sua esposa. Não havia música de fundo nem holofotes, mas meu coração tocava a melodia mais bonita que já ouvi.

Ali, entre pedaços de pizza e sorrisos nervosos, eu disse "sim" com toda a certeza que já senti na vida. Porque não era só sobre casar. Era sobre construir, cuidar, permanecer. Era sobre olhar para ele e saber que era ao lado dele que eu queria caminhar.

Enquanto isso, em casa, a família dele preparava uma surpresa ainda mais doce: um espaço decorado, com flores, carinho e um buquê esperando por mim. Era simples, mas tinha amor em cada detalhe. Era tudo o que eu precisava. O afeto da família, os olhares cúmplices, o apoio, o acolhimento. Eu me senti escolhida não só por ele, mas também por aqueles que o amavam.

Pouco tempo depois, no dia 7 de fevereiro de 2022, dissemos o "sim" oficial. Casamos no civil, numa cerimônia singela, sem grandes festas, sem luxo — mas com toda a verdade do nosso amor presente ali. Às vezes, o extraordinário está justamente naquilo que é feito com o coração.

A assinatura naquele papel selava muito mais do que um contrato. Selava a promessa de parceria, respeito, amizade e amor. A partir daquele dia, nossos caminhos se uniram de vez, e a nossa história começava um novo capítulo.


Capítulo 5 

– A Vida a Dois

Nos filmes, o "felizes para sempre" costuma começar depois do casamento. Na vida real, é aí que tudo realmente começa.

Quando nos casamos, não tínhamos quase nada. Mal tínhamos uma cama para dormir. Nossa casa era alugada, e dividimos o espaço com a mãe e o irmão dele. Era tudo muito simples, mas havia algo que não nos faltava: amor e harmonia.

Vivíamos juntos, aprendendo um com o outro a dividir, a ceder, a crescer. Cada dia era uma lição de humildade, paciência e companheirismo. Às vezes, era difícil. Mas até nas dificuldades havia leveza, porque enfrentamos tudo de mãos dadas.

Eu olho para trás e sinto orgulho. Orgulho por não termos desistido quando era mais fácil reclamar. Orgulho por termos encontrado beleza até nos dias apertados. Orgulho por termos mantido o coração leve mesmo quando a vida pesava.

Com o tempo, o esforço começou a florescer. Cada pequeno passo nos levava mais perto dos nossos sonhos. E, então, em maio de 2023, um dos nossos maiores desejos se tornou realidade: conseguimos a nossa casinha. Um lugar só nosso, com a nossa cara, nosso cheiro, nossa paz.

Compramos os móveis com calma, com cuidado, escolhendo cada coisa com amor. Aquela casa, que no início era apenas parede e teto, se transformou em lar. O nosso lar. O nosso cantinho no mundo.

E como se o universo reconhecesse cada renúncia e cada passo, em abril de 2025, conquistamos mais um sonho: nosso tão sonhado carrinho. Pode parecer algo comum para alguns, mas para nós, era símbolo de tudo o que havíamos batalhado juntos. Era mais do que um veículo — era liberdade, conquista, um presente da vida por tudo o que havíamos semeado.

Hoje vivemos felizes, conscientes de que a felicidade está nas pequenas vitórias do dia a dia. No café juntos pela manhã, na casa cheia de risos, no trajeto de carro com a nossa música favorita tocando.

A vida a dois nos ensinou que o essencial não se compra. Se constrói. E o que estamos construindo é sólido, é bonito, é verdadeiro.


Capítulo 6 

– O Amor que Cultivamos


O tempo passou, e com ele vieram os dias difíceis, os dias tranquilos, as conquistas, os medos, os sonhos, os recomeços. E em todos eles, estivemos um ao lado do outro.

O amor que começou com um clique, atravessou telas, resistiu à distância e floresceu na simplicidade de um lar dividido, hoje é uma fortaleza. Não porque somos perfeitos, mas porque decidimos permanecer, escolher um ao outro, cuidar da nossa história dia após dia.

Nos tornamos mais do que um casal. Nos tornamos um time. Um porto seguro. Um abraço que acolhe quando o mundo lá fora é duro demais.

Nosso amor é feito de verdade. Ele não grita para ser visto, mas quem olha percebe. É no jeito como nos tratamos, como nos respeitamos, como dividimos a vida.

E o mais bonito é saber que, mesmo depois de tudo, ele ainda é, e sempre será... o menino dos meus olhos.


Epílogo 

– Para Sempre, o Menino dos Meus Olhos.



Elly O.

Elly O.

Autor

Bio
Para Sempre, o Menino dos Meus Olhos.