Ao mergulhar na história de um livro, não convivemos apenas com os enredos e seus personagens, mas adentramos no universo em que se passa a obra, como o contexto histórico, o tempo, etc.
Quem lê uma obra da escritora inglesa Jane Austen, por exemplo, é levado para o período da regência britânica no início do século XIX.
Outro caso é o livro “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins. Ao longo dos capítulos, os leitores são convidados a imergir em um mundo distópico. A autora constrói uma sociedade em que existe um clima de guerra, no qual todos os “civis” sofrem com os destroços das lutas e as “autoridades” desfrutam das riquezas; esses fatores têm a ver com a ambientação.
Saiba o que é ambientação literária e qual sua importância para os livros no blog da Epublik.
Elemento importantíssimo da narrativa, a ambientação se trata de tudo que está por trás da história e que ajuda a compor o enredo: cenário, época, contexto, período histórico, clima, localização geográfica e avanços tecnológicos.
Pode servir para contextualizar a trama, projetar a vivência dos personagens em um ambiente e intensificar sentimentos.
É ela que define o tom de uma história e pode ser usada para estruturar conflitos dentro do enredo. Por exemplo, nas histórias de Sherlock Holmes, do autor Arthur Conan Doyle, a ambientação de cada uma das histórias eram usadas no desenvolvimento da narrativa para evidenciar detalhes dos crimes e suas motivações.
Nem todos os casos se tratam de ambientações que acrescentam para o contexto da história, fazendo ativamente parte do que é contado e sendo fundamental para os conflitos enfrentados pelos personagens. Em determinadas situações, elas podem servir meramente como cenários, sendo apenas como um plano de fundo para as situações.
“Assassinato no Expresso Oriente”, de Agatha Christie, usa uma viagem de trem para contar a história de um crime a bordo, e, ali, o Expresso Oriente é apenas o cenário para a trama e se trata do espaço narrativo da história.
Muitas vezes, o conceito de ambientação e espaço narrativo podem se confundir, porém são elementos distintos da construção narrativa.
Espaço narrativo é onde o enredo se desenvolve, podendo ser físico ou psicológico. Quando é físico, trata-se de um local; já o psicológico é um ambiente interior de um personagem, isto é, a narrativa se baseia em seus pensamentos e sentimentos.
Como já vimos, a ambientação vai além de descrever um local. Ela une diferentes elementos e visa trazer sensações, conflitos e vivências dentro da narrativa.
“Harry Potter”, de J.K Rowling, e a trilogia “Para Todos os Garotos que Já Amei”, de Jenny Han, são tramas que usam o ambiente escolar, mas é possível notar as diferenças no estilo de ambientação.
Enquanto nos livros de Jenny Han a escola é apenas algo que faz parte do universo do livro, Harry Potter faz do universo mágico de Hogwarts (a escola de bruxos) um dos pilares do contexto na história, sendo parte relevante dos livros.
As diferenças entre os tipos de ambientação fazem com que um mesmo cenário possa ser usado em histórias de diversos gêneros.
Definir e criar a ambientação de seu livro varia de acordo com o processo criativo do autor e também de que forma ela será usada, podendo se tratar somente de um cenário ou ser parte fundamental no enredo. Além disso, antes de desenvolver a sua, leve em consideração alguns pontos:
Tom da história: Qual ideia você quer transmitir com seu enredo? O que você quer que as pessoas sintam ao ler aquela história? Uma ambientação tem o poder de transmitir as sensações que você deseja aos leitores.
Temas abordados: É importante falar sobre o que, de fato, a obra vai abordar e indicar quais temas serão discutidos e explorados nas páginas.
Imagem que você quer transmitir x realidade: Nem sempre a ideia que o autor passa de um personagem, de uma situação ou de um local é o real (que será revelado ao longo da história). Não transmitir a realidade desde o começo é um recurso muito comum em livros de mistério, suspense, terror e distopias.
“O apartamento de Paris”, de Lucy Foley, faz isso ao trazer um cenário de um prédio na capital da França com uma série de moradores, que aparentemente não estão relacionados, mas que a trama revela que não só possuem ligação, mas também escondem mistérios.
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